Literatura de Cordel
A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.
O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as "prezepadas" de heróis como João Grilo ou Cancão de Fogo, uma história de amor, acontecimentos importantes de interesse público.
O grupo Cordel do Fogo Encantado, é um dos maiores divulgadores da literatura de cordel. No site deles é possível baixar versos e músicas.
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"A gente vem lá do sertão de Pernambuco, cidade chamada Arcoverde.
O poeta Zé da Luz, do início do século, escreveu uma poesia, porque disseram pra ele que pra falar de amor era necessário um português correto e tal. Aí Zé da Luz escreveu uma poesia chamada "Ai se Sesse", que diz assim:
Se um dia nós se gostasse
Se um dia nós se queresse
Se nós dois se empareasse
Se juntim nós dois vivesse
Se juntim nós dois morasse
Se juntim nós dois drumisse
Se juntim nós dois morresse
Se pro céu nós assubisse
Mas porém se acontecesse
de São Pedro não abri-se
A porta do céu e fosse
te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu com eu insintisse
Prá que eu me arresôvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tárvez que nós dois ficasse
Tárvez que nós dois caísse
E o céu furado arriasse
E as virgem todas fugisse..."
Bjos e abraços
#RodBabaloo#
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